O médico ijuiense foi à Letónia em novembro, e logo na chegada à capital Riga, foi recebido pela deputada Dace Melbarde que o levou até o Museu Etnográfico a céu aberto. “Um parque em meio a uma floresta onde foram reconstruídas casas muito antigas das diferentes regiões históricas da Letônia. Neste dia estava acontecendo a comemoração do Mãrtindiena (ou dia de Martin/dia de São Martin)”.
O evento é a celebração do outono, quando eles agradecem pela colheita realizada durante o verão. São tocadas músicas folclóricas, fazem brincadeiras de rodas e o “desfile das máscaras”, onde as crianças e adultos colocam máscaras de animais. “Interessante que algumas dessas brincadeiras de roda (dança de roda), já eram realizadas pelos descendentes de letos aqui em Ijuí, na Linha 11, por volta de 1890”.
No dia seguinte, Elias foi para a cidade de Liepaja, onde moram seus “primos letos” Aigars e Kristine, que carinhosamente o receberam como parte da família. Foram duas semanas muito intensas, conhecendo a culinária local, rica em pratos especiais, com muita batata, derivados de porco e frango, cogumelos e peixes defumados.
Ele também acompanhou ensaios dos grupos de dança e teve a honra de dançar junto com os grupos Banga e Bandzenieki em um concerto em homenagem ao Dia da Independência da Letônia, o que foi uma experiência muito especial.
“Vi apresentações de dança e música folclórica. Pude rever a maioria dos dançarinos e pessoas especiais que nos visitaram em Ijuí. Tive a experiência de entrar em uma sauna e depois mergulhar em água gelada (com neve na rua), parte da cultura do país. Tive aulas de leto com dois professores da universidade local. Pude conhecer a natureza local fazendo caminhadas com o casal que me recebeu e sua cachorra “Perija”. Eles caminham de 10 a 15 km todos os dias, mesmo com neve”.
Elias conta que foram experiências incríveis, para aprender mais sobre seu país de origem. Conheceu as estruturas do Centro Olímpico da cidade, do qual Aigars é gerente, conheceu também o “Dzintars Hall”, prédio construído para a Orquestra Sinfônica de Liepaja, com palco para quase 1 mil pessoas, e diversas salas acusticamente isoladas para ensaios e aulas de instrumentos e técnica vocal. “O que me impressionou muito foi ver todos estes ginásios lotados de crianças, fazendo atividades em turno inverso ao turno escolar. As escolas da cidade não precisam construir suas quadras para esportes, mas utilizam a estrutura do Centro Olímpico. Todo o Centro Olímpico e o Dzintars Hall são parte de uma parceria público-privada, onde os prédios são públicos e a administração é feita por empresa privada, o que funciona muito bem na Letônia”.
Mas além de férias e passeios, Elias se colocou à disposição para aproximar as relações entre Brasil e Letônia. Como professor do curso de Medicina da Unijuí, através do intermédio de Aigatrs Strauss, representante do Centro Cultural Leto na Letônia, participou de uma reunião com o diretor da Faculdade de Medicina da Universidade da Letônia e com o departamento de cooperação externa da Universidade, trazendo assinado para o Brasil um contrato de cooperação entre as duas Universidades, que também foi assinado pela reitora da Unijuí Catia Nehring. Segundo ele, isso possibilita que no futuro os alunos da Unijuí possam fazer estágios na Universidade e nos Hospitais em Riga, capital da Letônia.
*A notícia completa está na versão impressa da revista Stampa.