Dados divulgados pelo Censo Escolar mostram que um a cada 10 alunos de escolas públicas do Rio Grande do Sul abandonaram os estudos no Ensino Médio. A taxa de abandono escolar em 2021 cresceu, se comparada ao ano anterior, e no Rio Grande do Sul ficou em 10,7%, considerando apenas a rede pública de ensino.
O índice, segundo os dados apresentados pelo Instituto de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), é quase o dobro da média nacional, que registrou 5% de abandono no mesmo período considerando todas as escolas; 5,6% analisando somente instituições públicas. Em 2020, o RS registrou 7%, número três vezes maior do que o registrado em todo o Brasil no mesmo período.
Na rede privada gaúcha, assim como no País, o abandono do Ensino Médio apresentou leve queda em 2021. Em 2020, 0,3% dos estudantes de Ensino Médio em escolas particulares deixaram de estudar. Em 2021, a taxa ficou em 0,2%, mesmo índice do País. A comparação da evasão escolas no Ensino Médio nas escolas públicas brasileiras dobrou em 2021, saltando de 2,6% em 2020 a 5,6% no ano passado. Nas instituições privadas, a taxa de abandono no Ensino Médio em 2021 ficou em 0,2%, um índice ainda menor que 2020, quando era de 0,5%.
O Censo também mostrou que houve um aumento na taxa de reprovação entre os estudantes se comparado ao ano anterior. De acordo com o Inep, em 2020, como uma das medidas de enfrentamento da pandemia de covid-19, as escolas adotaram o contínuo curricular, uma medida de adequação curricular para evitar a retenção e abandono, o que resultou no aumento de aprovações na rede pública. No ano de 2021, as taxas de aprovação caíram, mas ainda estão em um patamar superior ao de 2019.
No Ensino Fundamental, em 2020, a taxa de aprovação nos Anos Iniciais (1º ao 5º Ano), na rede pública, foi de 98,9%. Já em 2021, esse percentual caiu para 97,3%. A redução de 1,6 ponto percentual (p.p.) entre um ano e o outro foi a primeira nos últimos cinco anos. Na rede particular, houve um aumento na taxa de aprovação dos alunos — alta de 96,5% para 99,1%, entre 2020 e 2021.
As taxas de aprovação dos Anos Finais do Ensino Fundamental caíram em todas as dependências administrativas da rede pública. A rede municipal foi a que teve a maior queda, com 94,7% dos alunos aprovados (em 2020, 98%).
O Censo Escolar da Educação Básica é a principal pesquisa estatística da educação básica no Brasil. O levantamento é coordenado pelo Inep e realizado com apoio das secretarias estaduais e municipais de Educação, com a participação de todas as escolas públicas e privadas do País.
O levantamento abrange as diferentes etapas e modalidades da educação básica: Ensino Regular, Educação Especial, Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Educação Profissional. Um estudo divulgado pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) no início de 2021 já destacava que “a reprovação, o abandono escolar e a distorção idade-série são partes de um mesmo problema: o fracasso escolar.
Ele começa com o estudante sendo reprovado uma vez. Seguem-se outras reprovações, abandono, tentativa de retorno às aulas, até que ele entra em uma situação de ‘distorção idade-série’, com dois ou mais anos de atraso. Sem oportunidades de aprender, o aluno vai ficando para trás, até ser forçado a deixar definitivamente a escola”.
No Brasil, em novembro de 2020, havia mais de 5 milhões de meninas e meninos sem acesso à educação – número semelhante ao que o País tinha no início dos anos 2000.