O interesse pela geração de energia solar no Rio Grande do Sul pode também ser dimensionado pelos financiamentos destinados a essa área. No caso do Sicredi, que possui 2 milhões de associados no Estado, a instituição financeira cooperativa registrou em torno de R$ 450 milhões em créditos voltados a projetos nesse setor somente no primeiro semestre de 2022. O montante é 21% superior ao verificado no mesmo período do ano passado.
O presidente da Central Sicredi Sul/Sudeste, Márcio Port, diz que a tendência é de os últimos meses do ano apresentarem um resultado ainda melhor do que o observado entre janeiro e junho e de superar, no fechamento de 2022, o patamar de R$ 1 bilhão em financiamentos para essa finalidade. Ele lembra que a legislação sobre a geração distribuída (em que o consumidor produz sua própria energia) está mudando (nos próximos anos haverá mais ônus financeiro para essa atividade, o que alongará um pouco o tempo de retorno do investimento), tornando mais atrativo adquirir o sistema solar fotovoltaico ainda em 2022. “É muito provável, nesta reta final de ano, que quem não fez (a instalação do equipamento) e estava avaliando, que faça agora”, projeta o dirigente.
Para Port, o encarecimento da conta de luz tem influenciado as pessoas a optarem por produzir sua própria energia. Além da questão financeira, ele ressalta que a medida contribui para a sustentabilidade ambiental. O integrante do Sicredi frisa que todos os segmentos, como os produtores rurais, clientes residenciais, indústrias e comércios, têm buscado a alternativa dos painéis fotovoltaicos. Ele informa que no primeiro semestre a instituição financeira apoiou a instalação de cerca de 10,3 mil sistemas desse tipo (o que significa um tíquete médio por projeto na ordem de R$ 43,6 mil).
Port detalha que o prazo de financiamento, geralmente, coincide com a expectativa de tempo do retorno do investimento no sistema fotovoltaico, que é em média de 60 a 70 meses.