A produção da indústria brasileira cresceu 0,6% em julho, segundo a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em junho, o indicador teve recuo de 0,3% (dado revisado a partir de variação de baixa de 0,4%).
A indústria acumula queda de 2% no ano até julho e recuo de 3% nos últimos 12 meses. Com o resultado de julho, o setor ainda se encontra 0,8% abaixo do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 17,3% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.
O desempenho de julho ficou acima da mediana das estimativas de 30 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data, de 0,5%, livre dos efeitos sazonais. As projeções iam de estabilidade a alta de 1,1%.
Na comparação com julho de 2021, a produção industrial caiu 0,5%. Por essa base de comparação, a expectativa mediana do mercado era de que o indicador tivesse caído 0,5% conforme levantamento do Valor. As projeções iam de queda de 1,5% a crescimento de 1,6%.
O IBGE revisou, ainda, o dado referente a junho, na comparação com maio, de queda de 0,4% para recuo de 0,3%.
A indústria registra melhora de seu ritmo de produção em 2022, mas o movimento ainda não recupera perdas recentes e é evidente a concentração do seu crescimento, avaliou o gerente da PIM-PF, André Macedo.
Dezesseis das 26 atividades e duas das quatro categorias econômicas tiveram recuo em julho, frente a junho.
No resultado acumulado no ano, em que a indústria geral teve queda de 2%, há resultados negativos em quatro das quatro grandes categorias econômicas e em 19 dos 26 ramos pesquisados pelo IBGE.
“É um setor industrial que vem experimentando comportamento de predominância de resultados positivos. São cinco de sete no campo positivo em 2022. Claramente tem mudança de ritmo da produção industrial, mas insuficiente para reverter as perdas do passado recente. E esse crescimento está muito concentrado. Em termos de atividade, essa concentração do crescimento fica muito evidente”, aponta Macedo.