Apesar da necessidade de o Brasil reduzir os resíduos sólidos e avançar na economia circular — aquela que não é linear, ou seja, que propõe uma sobrevida para resíduos da produção —, 30% das embalagens no mercado no País não podem ser recicladas, como plásticos metalizados.
A não reciclagem faz o lixo ser descartado, com demora na decomposição e os efeitos químicos e biológicos no ecossistema.
“Um dos principais pontos quando falamos da transição para uma economia circular é a necessidade de um trabalho conjunto entre toda a cadeia de valor: administradores públicos, gestores de resíduos, instituições, indústria e consumidores”, afirma Beatriz Luz, CEO da Exchange 4 Change Brasil organização que promove, por meio da criação e adaptação de soluções globais à realidade brasileira, o desenvolvimento sustentável.
Segundo Beatriz, essa é uma tendência global dos ecossistemas de impacto, os novos formatos de governança e colaboração para elaborar projetos em escala e garantir a cadeia reversa dos materiais.
A cada ano, o Brasil produz cerca de 80 milhões de toneladas de lixo. Um terço desse volume vai parar nos lixões a céu aberto ou nos aterros sanitários espalhados pelo país. Do total, cerca de 90% dos resíduos descartados inadequadamente poderiam ser reaproveitados. Porém, por falta de políticas públicas e coleta seletiva, o País reutiliza menos de 4% desse total, segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).
Além de prejudicar o meio ambiente, perde-se oportunidades de emprego e renda com a falta de reciclagem. A transição para a economia circular representa uma oportunidade de crescimento global de US$ 4,5 trilhões até 2030, de acordo com dados da Abrelpe.