O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou o sigilo do pedido da Polícia Federal que solicitou autorização para cumprir mandados de busca e apreensão contra empresários que defenderam golpe de Estado em um grupo de whatsapp.
No documento, os investigadores apontam o elevado poder financeiro dos alvos. A solicitação da PF foi feita com base em informações divulgadas por uma reportagem, que usou diálogos de whatsapp para apontar o apoio dos investigados a um golpe de Estado. De acordo com a publicação, as conversas ocorreram em um grupo formado pelos executivos.
Para a PF, os empresários poderiam usar da sua influência para fazer atos antidemocráticos e até mesmo mobilizar funcionários para ações contra as instituições ou coagir seus subordinados a votar no candidato escolhido por eles. Os investigadores apontam que, sob o pretexto de “apoiar a reeleição para Presidente da República, Jair Bolsonaro”, o grupo “demonstra aderência voluntária ao mesmo modo de agir da associação especializada investigada no Inq. 4874/DF”.
O inquérito citado apura a realização de atos antidemocráticos, com objetivo de subverter a democracia. A Polícia Federal aponta que existem indícios de que os empresários atuavam sob o mesmo objetivo, de “atacar integrantes de instituições públicas, desacreditar o processo eleitoral brasileiro, reforçar o discurso de polarização; gerar animosidade dentro da própria sociedade brasileira, promovendo o descrédito dos Poderes da República, além de outros crimes.”. A PF pediu acesso ao sigilo telemático, que envolve whatsapp e dados nas contas do Google Drive, sistema do Google que armazena serviços em servidores da empresa. Além disso, a corporação solicitou apreensão dos celulares dos alvos e informações sobre linhas telefônicas usadas por eles.
Os empresários são suspeitos de defender a realização de um golpe de Estado caso o presidente Jair Bolsonaro perca a eleição de outubro. Os pedidos da PF foram deferidos pelo magistrado e, além de receber os dados, o Supremo determinou à autoridade policial que colha o depoimento dos investigados e o bloqueio de contas. Os empresários lamentaram a ação da corporação e disseram que estão sendo vítimas de perseguição.