O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, ontem, que a Polícia Federal identifique os membros de um grupo do Telegram chamado “Caçadores de Ratos do STF”. A corporação tem até 15 dias para apresentar um relatório à Corte com os nomes dos responsáveis. Entre os participantes do grupo estava Ivan Rejane Fonte Boa Pinto — preso em julho, em Belo Horizonte (MG), por ameaçar os magistrados do STF.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o grupo tinha 159 participantes. A Polícia também deverá analisar o teor das mensagens trocadas na plataforma. O material foi descoberto após a PF apreender o celular e o computador de Ivan Rejane.
A investigação apontou que ele participava de grupos e listas de transmissão nas quais interagia com outros apoiadores, tendo a “intenção de potencializar o compartilhamento dos vídeos, imagens e textos produzidos, na maioria das vezes, com conteúdo criminoso, proferindo ofensas, intimidações, ameaças e imputando fatos criminosos a ministros do STF e integrantes de partidos políticos à esquerda do espectro ideológico”. Moraes acatou a recomendação para identificar os participantes.
Ivan Rejane Fonte Boa Pinto, 46 anos, publicou um vídeo nas redes sociais intitulado “7 de Setembro de 2022”. Além de ameaçar os ministros do STF, ele disse ainda que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve andar “armado até o talo” porque “vão caçar ele e Gleisi Hofmann”. Ele também ameaçou o deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ) e integrantes do Supremo. “Se eu fosse você, Barroso, Fachin, Fux, Moraes, Lewandowski, Mendes, eu ficava nos Estados Unidos, na Europa, em Portugal. Até Cármen Lúcia, Rosa Weber. Sumam do Brasil! Nós vamos pendurar vocês de cabeça para baixo. Nós, brasileiros, cidadãos de bens, não toleramos”, disse em um trecho do vídeo.
Outra polêmica na política envolve o nome do deputado federal, Daniel Silveira (PTB), que concorre ao Senado pelo Rio de Janeiro. Ele usou as redes sociais da esposa, a advogada Paola Silveira, para atacar, novamente, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Em vídeo, Silveira chama Moraes de “o mentiroso da República”.
A publicação foi apagada. Silveira foi condenado pelo STF a 8 anos e 9 meses de prisão por ofender e ameaçar ministros do Supremo. O presidente Jair Bolsonaro (PL) concedeu a ele o benefício da graça, livrando-o do cumprimento da sentença.