Ijuí e região tem atravessado por diversas ondas de frio extremo, como registrado na última semana. No próximo fim de semana, o mesmo deve se repetir, com as temperaturas se aproximando dos 0ºC. O que não é muito comentado é o impacto que este frio intenso provoca no corpo humano.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia, o frio pode aumentar em cerca de 30% os riscos de infarto. Isso ocorre porque, em uma tentativa de elevar a temperatura corporal, o corpo realiza o processo de vasoconstrição – diminuição do diâmetro dos vasos sanguíneos – na tentativa de manter o sangue nos tecidos e órgãos por mais tempo. Médico eletrofisiologista do Hospital de Caridade de Ijuí, Rafael Manhabosco Moraes explica que as temperaturas baixas elevam a pressão sanguínea. Segundo ele, pessoas hipertensas ou que tenham outra comorbidade têm maior risco de ter um evento cardíaco. “Dados estatísticos da região mostram que têm mais infartos no inverno, do que no verão, em virtude da alteração das baixas temperaturas”, declara.
O médico alerta a população para que se mantenha os hábitos saudáveis também no inverno, como medida de prevenção. “Se formos pensar, o inverno é mais convidativo para comer comidas mais calóricas. Nesse contexto, precisamos alertar as pessoas que mesmo no frio, precisamos manter hábitos saudáveis. A atividade física continua importante, o controle do peso também, assim como o consumo de comidas calóricas com excesso de sal deve ser evitado”, ressalta.
De acordo com ele, questões práticas do dia a dia precisam ser lembradas, pois o frio é uma consequência, mas se a população se cuidar, não haverá problemas.
O especialista salienta que o frio é apenas um fator de risco. “Cada pessoa, de maneira individual tem risco maior ou menor de ter evento cardíaco. A genética, por exemplo, influencia. Um pai ou mãe que com idade menor teve algum problema, representa um fator de risco a essa pessoa também. Além da história familiar, há outros fatores, onde não conseguimos atuar. A idade, por exemplo. Não temos como parar a linha do tempo. Isso são fatores que chamamos de não modificáveis”, finaliza Rafael Manhabosco Moraes.