Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia, divulgados ontem, apontam o sexto mês consecutivo de saldo positivo na geração de empregos, neste ano, em Ijuí. No resultado consolidado de janeiro a julho, o saldo foi de 563 novos empregos formais.
O resultado deste ano é puxado pelos serviços, que gerou um saldo de 452 novos empregos, entre janeiro e julho, o que representa 80,2% das novas vagas na cidade. Na sequência, houve um incremento de 218 vagas no setor da construção, o que representa 38,72% das vagas. Mesmo ficando em segundo lugar no ranking geral, o setor da construção liderou e ultrapassou os 20%, enquanto o setor de serviços avançou 4,52%.
Por outro lado, os setores do comércio, agropecuária e indústria têm resultados negativos na geração de emprego nos sete primeiros meses do ano em Ijuí.
Os dados também apontam que julho foi o mês que menos houve geração de emprego desde fevereiro: foram 42 vagas. Queda de 78,5% em relação àquele mês, quando houve a maior geração de vagas com carteira assinada (196).
O resultado do município mostra uma tendência do mercado formal brasileiro. Após a criação de 278.753 vagas em junho (dado revisado ontem), o mercado de trabalho formal registrou um saldo positivo 218.902 carteiras assinadas em julho.
O resultado do mês passado decorreu de 1.886.537 de admissões e de 1.667.635 de demissões. Em julho de 2021, houve abertura de 306.477 vagas com carteira assinada.
O mercado financeiro já esperava um novo avanço no emprego no mês, segundo estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast. Mas o saldo veio abaixo da mediana das previsões, calculada em 250 mil postos de trabalho. As projeções eram de abertura líquida de 202 mil a 300.995 vagas.
Apesar do saldo menor, o número continua elevado, conforme destacou o economista, Rodolfo Margato. “De acordo com nossos cálculos, o total de admissões aumentou 0,8% entre junho e julho (de 1,952 milhão para 1,966 milhão, próximo à máxima histórica). As contratações ficaram 8,2% acima do nível observado em dezembro de 2021, refletindo o sólido crescimento da atividade doméstica no primeiro semestre de 2022.”
Enquanto isso, o total de desligamentos subiu 3,7% entre junho e julho (para 1,773 milhão, o patamar mais alto desde meados de 2014). O total de demissões também ficou cerca de 8% acima dos níveis registrados ao final de 2021”, observou Margato em nota. “Reforçamos a visão de que o emprego formal continuará em trajetória ascendente nos próximos meses, ainda que em ritmo cada vez mais moderado. O saldo de empregos formais deve totalizar 1,950 milhão em 2022, segundo nossas projeções”, acrescentou o economista.
Para o economista, Gustavo Cruz, os dados do Caged seguem mostrando um mercado de trabalho aquecido, embora o número tenha vindo um pouco abaixo do que era esperado.
“O Caged segue mostrando um mercado de trabalho bem aquecido, com a parte de serviços puxando a criação de vagas mais uma vez, como tem sido o ano inteiro”, afirmou Cruz. “Tudo indica que para o terceiro trimestre deve ter se mantido aquecido e continuará criando um ritmo interessante de vagas até o fim do ano. Esse dado só reforça essa posição”, acrescentou.
O setor de serviços liderou novamente a abertura de vagas ao criar 81.873 postos de trabalho em julho.