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quinta-feira, janeiro 23, 2025

GENTE: Seis décadas correndo

Morador do bairro São José há muitos anos, Waldir lembra que o local ao redor de onde hoje é a Escola 25 de Julho, era um campo muito grande, e foi onde ele começou a treinar corridas. “Minha prática era correr potreiro, de pés descalços. Ali tinha uma bica, a água era limpa, e eu me lavava ali para ir trabalhar”, conta. Na época, ele trabalhava na Estofaria Boguer.

Ao ingressar no Exército, seguiu correndo e ganhou algumas competições. Centenas de troféus estão na sala de sua casa, que também exibe os 13 livros que escreveu e onde ele dá aulas de Yoga atualmente. Ali, rememora os mais de 60 anos participando de competições, incluindo algumas São Silvestres.

Ao longo dos anos, Waldir diz que sua capacidade de correr foi ganhando qualidade. Levantava as 5 horas da manhã, corria e depois ia para o trabalho. Na volta, também corria. “Antes de ir para o Exército, eu competia, mas em provas naõ oficiais”. Sua primeira competição oficial, a nível estadual, foi em Cruz Alta, em uma São Silvestre, que acontecia na cidade, na época, e se sagrou campeão.

Em 1966, em uma corrida em Porto Alegre, recebeu o convite do Inter e do Grêmio para que fizesse parte da equipe de corredores que havia nos clubes. A carta do Grêmio, exibe com orgulho na parede de sua casa. “Entre muitas provas, o professor Leonor Kunz me convidou para correr em Concórdia, lembro que corri alguns dias, fiz os 5 mil e 10 mil quilômetros. Uma competição que eu não me esqueço”. Waldir também destaca o professor Leopoldo Schonardie, um de seus maiores incentivadores.

Sobre seus treinos, que seguem até hoje, diz que a persistência é o segredo. Também se inspira em grandes corredores e se orgulha em dizer que conversou com um dos maiores corredores do mundo, em São Paulo, com quem aprendeu muito. Foi com o o tcheco Emil Zátopek, falecido em 2000, em sua primeira São Silvestre, em 1964. “Ele ganhou 5, 10 e 42 quilômetros. Falava seis línguas e me passou muitos ensinamentos”, lembra.

Ao longo de sua vida de corredor, Waldir aliou à corrida, o halterofilismo, a ginástica olímpica, o judô, o boxe, a esgrima. Seu treinamento era correr nas lavouras, nos trilhos, colocava peso de 25 quilos nas costas e corria na subida. Em mais de 60 anos, calcula que deu a volta no planeta, se fosse contabilizar todas as corridas. Trabalhou em vários segmentos, e quando trabalhou como entregador de gás, aproveitava para treinar com os botijões. Lembra também que usou uma enxada para criar uma pista de corrida para treinar, em um dos terrenos balidos do bairro.

Atualmente, Waldir corre de 10 a 15 quilômetros por dia e participa de provas. Neste mês, ele vai correr a Paul da Rosa Mello, competição de 13 quilômetros, em Ijuí.

*A notícia completa está na versão impressa da revista Stampa.

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