A Travessa General Newton de Oliveira, no bairro Assis Brasil, não possui saída e a maioria dos moradores é antiga, muitos que viram Ijuí crescer e evoluir. É o caso da aposentada Cléia Mariza Helmer, 75 anos, que mora no local desde os 15 anos. Ao lado de sua casa, ficava uma lenheira, que era de seu pai, Wilson Teixeira. “Uma rua boa de viver, muito quieta, onde todo mundo se conhece, são amigos, com ótimos vizinhos, um cuida a casa do outro quando sai”. Na rua, há até estabelecimentos comerciais, como um salão de beleza.
Com o passar dos anos, segundo ela, a rua recebeu calçamento, o que melhorou a qualidade de vida dos moradores. “E muitas casas não tinham aqui. E aqui, os carros não podem ficar na rua. Os moradores precisam já entrar em suas garagens, por que o tamanho da rua não comporta dois carros”.
Na travessa, Cléia lembra de um momento marcante em sua vida, que foi a comemoração de 50 anos de casados de seus avós Ulda e Artur Kramatchek. “Eu ainda era mocinha e lembro quando fizemos aqui no corredor a festa, com toda a vizinhança, a maioria composta por nossos parentes. Uma festa ao ar livre, que não se vê mais hoje em dia”.
A Travessa Claudio Manuel da Costa é outra rua estreita, sem saída, que fica no Centro, próximo ao Hospital de Caridade de Ijuí. Ali, o casal Sadi e Cristina Dumcke vive há quase 40 anos, na mesma casa. Atualmente o local é moradia de muitas pessoas mais velhas, e, segundo o casal, não parece, mas é muito movimentada.
“Essa rua representa tranquilidade, os vizinhos são abençoados, temos toda a infraestrutura perto da gente, podemos fazer tudo a pé, é plano, um lugar bonito. Claro, temos algumas coisinhas para arrumar, como alguns buracos, que já pleiteamos, mas isso fazer parte da infraestrutura do município”.
Na rua, os moradores prezam pela beleza do local. Cristina explica que todos os moradores pintaram suas casas, plantaram flores e estão sempre organizados e com o local limpo. “Isso tudo toca o coração da gente. É um lugar privilegiado, que está crescendo em Ijuí, que vai crescer muito mais e se valorizar”.
Cristina diz que morar em uma rua sem saída, não possui nenhuma dificuldade. “O caminhão do lixo vem todos os dias, assim como os correios e o entregador do Jornal da Manhã, que não veem dificuldade em entrar aqui no nosso lugar agradável”.
A Rua dos Viajantes é outra estreita, mas que permite que carros passem, que estacionem, mas mesmo assim, um de cada vez. Dois carros, não passam ao mesmo tempo. A pequena rua possui entrada e saída, e é local de muitos estabelecimentos comerciais. Guilas Pasqualetto tem 85 anos e 56 anos morando na Rua dos Viajantes.
“Uma rua em que precisamos nos acostumar, pois era para ser calma, mas o trânsito por aqui é intenso, tem muito movimento. Aqui, os pedestres precisam ter cuidados, assim como os carros. É uma rua que precisa, inclusive de mais atenção do Poder Público, pois é bastante movimenta e possui muito comércio. Está muito esburacada”, conta um dos primeiros moradores do local.
Para ele, a convivência entre vizinhos é muito boa e ele acompanhou muitas idas e vindas do local. “Nunca houve um bate-boca aqui nessa rua, todos se dão muito bem, é uma irmandade. É uma rua péssima em seu visual, pela poeira em dia de sol e barro em dia de chuva, mas os moradores levam de boa, se dando bem”, comenta ele.
A rua que começa na Rua do Comércio e vai até a Av. 21 de Abril, leva esse nome por que antigamente os moradores eram viajantes, muitos eram caminhoneiros. “Muitos saíam em viagem para vender produtos, viajavam muito antigamente. Por isso, o nome da rua”.
*A notícia completa está na versão impressa da revista Stampa.