Empresas esperam lucros maiores do que em 2021, disse ontem o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, ao divulgar o resultado da arrecadação federal de julho. Isso pode ser constatado pelo comportamento do recolhimento do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), explicou.
Companhias que apuram o lucro anualmente pagam esses tributos a cada mês, por estimativa. Os dados mostram que os recolhimentos nessas modalidades chegaram a R$ 21,895 bilhões, um valor 10,86% maior, em termos reais, do que o de julho de 2021.
“Há um clima de recuperação cíclica da atividade, e este clima está se refletindo na arrecadação”, afirmou Malaquias.
O IRPJ e a CSLL foram destaques no resultado da arrecadação em julho e no acumulado do ano. Nos sete primeiros meses do ano, as receitas estão 20,83% acima do observado em igual período de 2021, em termos reais.
Outro destaque é o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) sobre rendimentos de capital, que avançou 61,43% no período, impulsionado pelos ganhos em aplicações financeiras atreladas à taxa Selic.
A recuperação da ocupação também contribuiu para impulsionar as receitas previdenciárias, que tiveram aumento de 6,09% no acumulado do ano.
Pelo lado dos decréscimos, o recolhimento do Imposto de Importação e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) vinculado ficou 20,31% menor do que o observado de janeiro a julho de 2021. A principal explicação é o corte nas tarifas de importação.
O IPI, também reduzido, apresenta recuo de 7,94% no acumulado do ano. Os dados da Receita mostram também que, em julho, as compensações tributárias somaram R$ 23,108 bilhões. Segundo Malaquias, o valor indica estabilidade em relação a outros meses que são “cabeça de trimestre” e há concentração desse tipo de operação.