A escritora e jornalista ijuiense Eliane Brum venceu o 44º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos na categoria Livro-reportagem, com a obra Banzeiro òkòtó: Uma viagem à Amazônia Centro do Mundo. O livro é publicado pela Companhia das Letras. A premiação aconteceu na noite de quarta-feira, em São Paulo.
Com quase 35 anos de carreira como repórter, ela adotou a floresta como casa ao se mudar de São Paulo para Altamira, no Pará, epicentro de destruição e uma das mais violentas cidades do Brasil desde que a hidrelétrica de Belo Monte foi implantada. “Deixei minha casa lá em Altamira, deixei depois de ver, dia após dia, o sol sanguíneo produzido pelas queimadas. Um sol vermelho, sinistro, cruel. É um sol apavorante produzido por incêndios criminosos. Não há nada mais horroroso do ver uma floresta e com ela muitos seres vivos queimando junto. Neste ano, pela primeira vez na minha vida não fui atrás do fogo para fazer minha cobertura como jornalista, eu via o fogo de qualquer janela da minha casa. O fogo vai chegando cada vez mais perto, um dia pode alcançar a todos. Se a Amazônia acabar, as crianças daqui e do outro lado do mundo terão futuro hostil”, disse em seu contundente discurso.
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