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quinta-feira, dezembro 5, 2024

Dia dos namorados e a necessidade de ostentar um amor

Na última coluna, refleti um pouco sobre famílias, a manutenção dos casamentos, e a natureza e a qualidade dos vínculos que nos mantém juntos. Hoje, depois de vivenciarmos a celebração do dia dos namorados tomar as redes sociais, essa reflexão se mais ainda mais necessária.
Em datas como esta, percebemos que as tecnologias de gênero ainda operam a pleno vapor com a enxurrada de post, fotos e declarações que evidenciam a supervalorização dos relacionamentos, a idolatria ao amor romântico, e a impossibilidade de uma mulher se validar socialmente sem um relacionamento amoroso para ostentar – porque em tempos de redes sociais capitalistas, não basta ter, é preciso ostentar.
Encontrar – ser escolhida – e manter o amor é requisito para sermos consideradas completas e validadas, e o contrário é tido como um fracasso. Pra fugir desse fracasso, vemos mulheres se submeterem a relacionamentos meia boca, implorando afeto e carregando sozinha o custo – mental, físico, emocional – de sustentar o amor, quando não aguentando a violência e ao abuso esperando o milagre de que o ‘verdadeiro’ amor que mude o companheiro.
A data é bela, pode e deve ser comemorada. Mas nãos esqueça que você não precisa ostentar um relacionamento romântico pra ser considerada completa e feliz. Amor, afeto e cuidado é que são fundamentais, e eles podem ser encontrados em várias dimensões da vida, muitas vezes, justamente longe de relações custosas e adoecidas.
Como refere a professora Valeska Zanello, ter um parceiro romântico deve ser um plus, e não um pré-requisito para que uma mulher possa ser feliz e usufruir da sua vida.

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