Após dois anos de atraso começou, ontem, o Censo Demográfico 2022. Mais de 183 mil recenseadores que visitarão 75 milhões de residências em 5.568 municípios do País, incluindo aldeias indígenas e quilombolas. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), além saber o tamanho da população, estimada, atualmente, 215 milhões de habitantes, o Censo vai tirar uma fotografia detalhada dos brasileiros, mostrando as principais caraterísticas socioeconômicas: idade, sexo, cor ou raça, religião, escolaridade, renda, saneamento básico dos domicílios etc.
Realizado a cada dez anos, o Censo Demográfico é a principal fonte de referência para o conhecimento das condições de vida da população. Em 2020, o Censo foi adiado por causa da pandemia de covid-19. No ano seguinte, sofreu novo adiamento, por falta de orçamento. Após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), o governo federal liberou os R$ 2,3 bilhões necessários para a realização da operação censitária. O orçamento é o mesmo que tinha sido previsto em 2019, a despeito do avanço da inflação no período.
É o maior atraso na pesquisa desde 1940, quando começou a ser realizado a cada dez anos no Brasil. Só na década de 90 ocorreu um adiamento, quando foi realizado em 1991 e não em 1990.
Até o início de novembro, os recenseadores estarão visitando cada domicílio do País. Os primeiros resultados do Censo 2022 estão previstos para serem divulgados ainda no final deste ano. Outras análises e cruzamentos de dados serão divulgados ao longo de 2023 e 2024.
No Censo 2022, haverá dois tipos de questionários. O questionário ampliado ou da amostra com 77 perguntas, que será aplicado em 11% dos domicílios do País; e o questionário simplificado ou básico com 26 perguntas, que será aplicado em 89% dos domicílios.
O trabalho contará com três formas de abordagem para preenchimento dos questionários: presencial, por internet e por telefone.
Para realizar a entrevista, os recenseadores deverão contatar todos os domicílios da sua área de trabalho, visando entrevistar os moradores (se precisar, podendo voltar em dias e horários alternativos, inclusive à noite e/ou aos finais de semana).
Cada visita do agente de coleta fica registrada no DMC (Dispositivo Móvel de Coleta), tipo de smartphone. Ao não encontrar os moradores do domicílio, o recenseador pode deixar um bilhete de recados com seu contato.
Entrevista poderá ser por internet ou telefone. Após realizadas as tentativas de contato pelo recenseador, caso não tenha sucesso, o supervisor deixa uma carta a respeito da obrigatoriedade da prestação de informações estatísticas e das possíveis sanções previstas pela lei do sigilo estatístico. Caso identifique que é um domicílio vago ou de uso ocasional (veraneio), ele registra no DMC.
Já as abordagens alternativas, internet ou telefone, serão feitas de forma mista com a presencial. A entrevista presencial é importante, pois o recenseador pode esclarecer dúvidas do recenseado durante a conversa.
Para responder pela internet, o informante deverá aguardar a visita do recenseador, que irá cadastrar seu e-mail e seu celular (para recebimento de SMS) no sistema. Para o e-mail e o celular será enviado um token (eTicket), que será usado para acessar questionário do Censo. O preenchimento é totalmente on-line e não é necessário baixar nenhum aplicativo ou documento.
Censo Demográfico começa coleta de dados
