**O capitalismo de compadrio é exemplificado pela Faria Lima, uma Avenida em São Paulo, onde está à sede dos grandes bancos e dos grandes grupos empresariais do Brasil. De lá vem o maior comando e os recursos maiores que defendem os interesses deste grupo de pessoas, que comandam o país, independente de quem ganha à eleição, sempre tem prioridade.
**Daí o título desse artigo, capitalismo de compadrio, são esses que tem as suas as leis, os regulamentos, as isenções, as tarifas rebaixadas em troca de apoio, para determinada fatia política, que sempre está no poder. Estamos terminando quatro anos em que o fenômeno Bolsonaro governou. Ele não tinha o apoio da grande mídia, inclusive do grande capitalismo nacional e nós vimos o que aconteceu. Foram quatro anos de discussões, de embates, de desgastes. Até que se chegou a uma eleição em que se está discutindo a legitimidade, uma vez que o candidato e ex-presidente, que tinha sido condenado a muitos anos de prisão, foi reabilitado pelo Supremo Tribunal Federal, se candidatou e está aí quase para tomar posse.
**Temos diversos grupos de interesses no nosso Congresso Nacional, que elegeu grandes bancadas: a do agronegócio, dos evangélicos, da esquerda, da direita. E o Presidente que assumir com esse desenho de Congresso Nacional se não conduzir a sua administração contemplando os interesses desses grandes grupos nacionais não terá sucesso. Em 1964 havia uma mobilização grande para modificar e derrubar o governo que tinha sido assumido pelo vice-presidente João Goulart. Faziam-se grandes passeatas, mas a mobilização era silenciosa dentro dos quartéis. Até que para a surpresa do mundo político e da população em geral, o General Olímpio Mourão Filho perdeu a paciência e saiu com o seu quartel, localizado em Juiz de Fora, com os tanques e o equipamento militar na direção do Rio de janeiro para depor o governo. Logo recebeu apoio dos principais governadores: Magalhães Pinto de Minas, Lacerda do Rio de Janeiro, Ademar de Barros de São Paulo e inclusive de Ildo Meneghetti do Rio Grande do Sul.
**O resto é história mais ou menos recente. Quando se derrubou o governo existente, quando se cassaram inúmeros brasileiros dentro do congresso do superior tribunal de justiça e muitos governadores. E estabeleceu uma eleição indireta feita pelo congresso nacional.Apareceram também nesse tempo guerrilhas, atentados, mortes e prisões. As mais variadas proibições, censura da imprensa e tudo foi levado até o governo Figueiredo, que decidiu então uma abertura da política para passar para um político civil. A eleição era indireta no Congresso Nacional. Os candidatos foram Tancredo Neves e Paulo Maluf. Ganhou Tancredo Neves, que ficou doente e morreu. Não tomou posse. Apesar disso tudo, se deu posse ao vice dele, que tinha saído da ARENA para se candidatar e se aliar a Tancredo pelo MDB, que foi Sarney. Ele assumiu a presidência cumpriu todo o mandato e por sinal é até hoje uma das figuras ícones nos bastidores desse país.