Durante a sessão do Legislativo de Ijuí, na última segunda-feira, a presidente da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Ijuí (Apae), Avani Zwanziger, relatou as dificuldades enfrentadas pela entidade em decorrência do atraso do repasse de recursos pelo Executivo de Ijuí. Ela salienta que são R$ 200 mil de recursos que correspondem a cerca de R$ 16 mil mensais pela Secretaria Municipal de Saúde.
Além disso, há ainda outros R$ 70 mil que foram destinados pelo Legislativo de Ijuí para o aporte de recursos para a clínica da Apae e o pagamento do 13º salário. “A votação aconteceu em outubro do ano passado quando o presidente da Câmara era o vereador Jorge Amaral (PP). O valor também era destinado para a clínica e o pagamento do 13º salário da Saúde. Porque nós recebemos doze meses por ano e pagamos 13,3 que é o 13º salário e mais um terço de férias. Então nós estávamos satisfeitos com essa definição, já tinha saído publicação desse valor. E agora para que possamos receber haverá uma nova negociação conforme prometido. Agora vai ter que sair um novo estudo.”
Avani acredita que essa demora possa estar acontecendo pela questão democrática, instalação do termo de fomento e a lei 13.019. “Para nós é uma angústia porque já foi aprovado, o recurso já está em caixa e não conseguimos receber. É extremamente importante que seja feito esse repasse, porque já tivemos denúncia contra nós no Ministério do Trabalho e recebemos diligências.”
Ela conta que está atrasando o pagamento dos custos da clínica. “Nós recebemos todo mês R$ 39 mil do SUS e a folha da clínica gira em torno de R$ 60 mil com os impostos. Apesar do atraso, pagamos no mesmo mês. Nós dividimos o pagamento dos nossos colaboradores da Saúde e fizemos promoções com a comercialização de galetos e cachorro quentes, Festa de São João para arrecadar recursos para poder dar conta dessa demanda e desse déficit.” A presidente da Apae conta que hoje a entidade atende 587 pessoas e tem 80 colaboradores. A folha de pagamento mensal da Apae é de R$ 150 mil. “Recebemos recursos do Fundeb que possibilita pagar a folha dos professores e monitores. A gente só não consegue dar conta da Assistência Social que temos um valor atrasado desde janeiro, que é R$ 6,7 mil que vem através da Secretaria de Desenvolvimento e deste valor da clínica. A gente corre atrás do prejuízo para a Apae, mas quando chega a data do pagamento da folha, dá aquele desespero.” Avani diz que a associação conta, ainda, com emendas parlamentares e a solidariedade da comunidade.
“Neste ano recebemos uma verba do Desenvolvimento Social e emendas pela Saúde que é recurso carimbado para terminar parte da clínica e de uma piscina térmica. Nossa expectativa é reduzir gastos com energia com a instalação de placas fotovoltaicas em conclusão.” Avani também explica que na escola são 235 alunos e que há uma fila de espera. Revela, ainda, que a Apae faz 2,5 mil atendimentos de assistência social e presta serviços nas áreas de Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Psicopedagogia, atendimento médico neurologista, clínico geral, Psicologia e outros.
A reportagem tentou contato com o prefeito Andrei Cossetin, mas não obteve retorno.