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quinta-feira, janeiro 23, 2025

Agronegócio movimenta mercado imobiliário no Estado

Os investimentos no agronegócio funcionam como alavanca na geração de emprego e renda em cidades do interior. Municípios nos quais a agricultura e a pecuária pesam na economia local viram aumentar o número de vagas de emprego. As vagas formais abertas não foram necessariamente no setor agrícola, mas no comércio e na construção civil, principalmente, devido ao aumento de projetos de novos empreendimentos para moradias e reformas.
No Rio Grande do Sul no primeiro semestre, o setor de construção atingiu patamar recorde no saldo positivo entre contratações e demissões. De janeiro a junho, esse ramo criou 6,5 mil postos com carteira assinada no Estado. Esse é o maior nível nos últimos três anos. Esse segmento da economia ficou atrás apenas de indústria e serviços e desbancou o comércio na geração de vagas no mercado formal na primeira metade do ano.
Os dados são do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência.
“A construção civil está muito ligada ao setor agropecuário. Como este setor está indo muito bem, isto reflete diretamente na construção civil. O produtor colheu, melhorou um pouco o dinheiro, opta por fazer reformas, comprar apartamento na cidade. Então, este setor da construção civil ele vem vindo bem e inclusive durante a pandemia, mas muito por causa da agricultura e pecuária”, disse diretor de Relações Institucionais da 23ª Feira Internacional da Construção (Construsul), Paulo Richter, em entrevista ao JM.
No entanto, não são todas as áreas do segmento que estão indo bem no setor, segundo Richter. Enquanto a área que envolve empresas construtoras, incorporadoras que constroem prédios residenciais, comerciais, tem ajudado a alavancar a economia a área de infraestrutura não tem ido bem. “Este setor depende do ente público. Aí tem algum problema. Nós vemos muitas obras públicas paradas, projetos que não andam. Então, este setor da construção civil que tem influência direta das finanças públicas está andando bem devagar”, ressalta.
Em Ijuí, que tem como uma das bases o setor da agricultura, viu aumentar os pedidos de empreendimentos na cidade nos últimos anos. Segundo a Secretaria Municipal de Planejamento já foram aprovados no primeiro semestre de 2022 231 projetos, que somaram mais de 75 mil metros quadrados. Em 2021 foram 492 projetos em um total de 227 mil metros quadrados. Neste um ano e meio a Seplan já aprovou 725 projetos e 303 mil metros quadrados de obras aprovados.
“A construção civil nesta questão privada não é algo que acontece de ontem para hoje. As empresas têm os seus projetos e elas ficam com eles em stand by. Quando eles percebem que a economia vai evoluir, vai andar, eles tocam lançamentos e em dois a três anos eles acabam colhendo frutos”, reforça Richter.
O professor Alberto Ajzental, coordenador do curso de Negócios Imobiliários da Fundação Getulio Vargas (FGV), afirma que esse crescimento nas contratações está ligado ao ciclo de obras. Empreendimentos que começaram a ser construídos nos últimos anos — em época ainda com juros baixos na economia — estão em fase de finalização. Esse período demanda mão de obra em volume maior do que períodos iniciais nos canteiros, segundo Ajzental. “Depois que a alvenaria e estrutura estão prontas, você abre muita frente dentro da obra. Abre espaço para elétrica, instalações hidráulicas, pisos, acabamento. As obras que estão empregando pessoas no primeiro semestre são aquelas que começaram há cerca de dois anos”, afirma o especialista.

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