Não faz o menor sentido o esforço que alguns ativistas de esquerda, militantes e intelectuais progressistas vêm fazendo para esconder a verdade inconveniente da Rússia como culpada da invasão à Ucrânia. Para sustentar suas crenças ideológicas do tempo da Guerra Fria, eles se empenham em dar explicações ao mundo sobre o que eles próprios tentam negar.
Criticam quando ficamos horrorizados com tantas cenas de civis mortos por bombardeios russos na Ucrânia alegando que não nos horrorizamos com outras guerras, entre elas, aquelas em que os Estados Unidos mataram no Iraque, na Síria, no Iêmen ou na faixa de Gaza. Não é verdade. Guerras são sempre um erro e o mundo jamais deixou de reconhecer que elas não são justificáveis.
O maior errado é quem as começa, ou tenta fingir que elas não sejam o que verdadeiramente são e buscando escondê-las ou negá-las. Esta parte da esquerda ignora que a hegemonia do ocidente jamais negou a existência das guerras, mas sempre defendeu e respeitou tratados internacionais e nunca foi complacente com crimes de guerra como a morte de civis desarmados e inocentes, mesmo quando a culpa histórica recaiu sobre os Estados Unidos como no Japão ou no Vietnã.
Guerras são sempre horríveis e sempre foram questionadas, sobretudo, por jornalistas e por intelectuais do mundo inteiro, conscientes do horror que elas representam, independentemente da magnitude delas. Quem não quer que se discuta a responsabilidade sobre elas é Putin e parte da esquerda global. Tudo o que eles querem é ter de volta o socialismo do passado com sua truculência dominadora que hoje conhecemos bem, e querem reerguer o imperialismo soviético e os muros da história, derrubados quando seus sistemas e regimes de governo fracassaram. Enxergam a OTAN como ameaça porque ela se opõe a tudo isso e busca assegurar a proteção das nações aliadas justamente contra o terror dos impérios totalitaristas, não os econômicos, mas os ideológicos não democráticos.