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sexta-feira, janeiro 17, 2025

A maioria é contra o aborto

Os Estados Unidos decidiram, em junho do ano passado, que cada um dos seus 50 estados poderia decidir, e de forma independente, sobre a legislação referente ao aborto. É que em vários deles, o peso dos valores morais religiosos acaba orientando o voto de milhões de eleitores e uma lei nacional que não levasse isso em conta, dificilmente conseguiria ser aprovada.

O aborto tem sido, de fato, uma poderosa ferramenta política eleitoral. E ao que parece, vai continuar sendo, já que um levantamento recente, publicado na imprensa norte-americana nesta semana, apontou que metade dos estados norte-americanos são contrários ao aborto. Na Califórnia, por exemplo, a defesa pela liberação da decisão da mulher quanto a seguir ou não com uma gestação indesejada tem sido bandeira levantada mais de perto por movimentos femininistas e de minorias como a comunidade LGBTQIA+. Em defesa de seus argumentos, eles dizem que não pregam o aborto, mas o direito de a mulher decidir o que fazer. O que para os cidadãos norte-americanos mais conservadores é praticamente a mesma coisa.

Nas últimas eleições para presidente na Argentina, candidatos tentaram colar na imagem de favoráveis ao aborto, mas não funcionou para reeleger Macri. Quando Dilma Rousseff se reelegeu, no mandato em que depois sofreu o impeachment, ela foi flagrada durante o processo eleitoral mudando de opinião sobre o aborto pelo menos duas vezes, tentando se proteger da reação do eleitorado nas urnas. No último pleito, Lula também teve que buscar uma saída política para o dilema a fim de não desagradar eleitores e ter prejuízo nas urnas: saiu pela tangente e disse que a questão precisava ser, primeiro, debatida no Congresso.

O conservadorismo de valores e de moral religiosa ainda prevalece. A polêmica não é tão simples de resolver porque envolve o debate sobre o direito à vida, mas também sobre questões sociais e de direitos, relativas a situações de opressão ou violência contra a mulher.

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