A partir do dia 20 começa o último grande evento deste ano que, é preciso reconhecer, de mesmice não teve nada. Nesta data terá início a Copa do Mundo sediada pelo Qatar (ou Catar). Ao longo de quase onze meses tivemos como destaque a redução da pandemia que durante dois anos destruiu vidas, planos e empregos.
A “normalidade” está distante. Ainda vivemos sob a sombra da desconfiança, do medo, de ameaças de variantes, cepas e outros quetais que ameaçam o retorno da pandemia concebida misteriosamente na China.
Já no dia 24 – quinta-feira – às 16h, o Brasil estreia no torneio mundial contra a Sérvia, convergindo as atenções que crescem aos poucos. À medida que o time avançar aumentará o interesse. E a avalanche publicitária, um fenômeno típico deste período.
O ano que se arrasta para o seu final teve disputas acirradas no campo político numa intensidade poucas vezes vista ao longo da história do Brasil. A refrega tão cedo não terá fim. Os ânimos estão alterados desde 2019, um clima de intolerância total, ressentimentos à flor da pele, ódio em cada olhar, promessas de vingança e “devolução dos desaforos na mesma moeda.” Estamos à deriva em um País despedaçado em que aqueles que deveriam cravar a bandeira branca rasgam convenções de boa educação, de convivência minimamente decente.
Estamos diante de um clima beligerante, de abuso de liberdades de um lado e de excesso de autoridade que virou autoritarismo oficial de outro. A página de 2022 será virada em 31 de dezembro, mas apenas no calendário oficial. A agenda para o ano é recheada de conflitos prometidos. Trégua será termo extinto do dicionário rico em intransigência. Desforra, retaliação, vendeta, revide. Faltarão sinônimos para descrever os episódios que vêm por aí.
Concordo, prezado leitor, que o texto até aqui soa deveras pessimista. Neste caso, permita valer-me daquele ditado surrado, porém atual, que resume a situação: “Pessimista é um otimista bem informado”. 2023 não terá eleições, apenas será ano pré-eleitoral para a disputa municipal de 2024. talvez a seleção canarinho não seja hexa no País pouco familiar ao futebol. A certeza, única e peremptória, é de que haverá muita preocupação, medo e turbulência.