A data de hoje marca a preocupação de profissionais de Saúde e a necessidade de informar a população sobre uma das causas mais frequentes de morte nos hospitais. O Dia Mundial da Sepse, que motiva campanhas internacionais, chama a atenção para as infecções que configuram emergências médicas e requerem atendimento imediato — cada hora é importante e essencial para que se inicie o tratamento adequado, impedindo a progressão para situações de maior gravidade.
Mais conhecida do grande público como infecção generalizada, a sepse é a resposta do organismo a uma agressão provocada por um agente infeccioso — bactéria, vírus ou fungo. Essa reação se dá de forma desorganizada. A Sepse não é doença, mas uma síndrome. Pneumonia pode piorar e virar sepse. Infecção urinária também. Os sinais específicos, como escarro purulento ou urina de cheiro forte, dependem de onde está o foco da infecção.
Enfermeira gestora da emergência do Hospital de Caridade de Ijuí e responsável pelo protocolo de gerência da Sepse do HCI, Yohanna Hannah Donato, explica que o problema pode acometer qualquer pessoa e depende das funções imunológicas e da saúde prévia do paciente afetado. “Quando se passa por processo de infecção, há sintomas característicos, que se assemelham à febre. Ela informa que algo está errado no organismo. A sepse não é só febre.
Pode causar ataque cardíaco, confusão, sonolência, além de outros fatores, como ausência de urina. À medida que os sinais de infecção vão avançando, no HCI iniciamos a abertura de um protocolo, que tem uma série de intervenções, que incluem a coleta de exames laboratoriais, uso precoce de antibióticos, uso de soro, entre outros”, relata.
Segundo a profissional, as intervenções devem ocorrer em até uma hora da suspeita de infecção. “Nosso objetivo em ter esses protocolos, é que todos os pacientes sejam atendidos dentro dessa uma hora”, completa.
No HCI haverá uma programação hoje. Conforme a enfermeira, essa é uma questão que que precisa ser falada e que se precisa estar atento.
No Hospital da Unimed Noroeste há um sério trabalho para reduzir a estatística de mortes envolvendo a Sepse. A instituição possui um protocolo específico, sendo priorizado o atendimento precoce aos pacientes com sinais da doença. “O protocolo instituído no Hospital Unimed tem o objetivo do reconhecimento precoce dos sinais. Assim, diminuindo a mortalidade por Sepse e priorizando a segurança dos pacientes. O protocolo só é efetivo por ser executado a várias mãos comprometidas com a qualidade do atendimento”, explica a médica coordenadora do Serviço de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (Sciras), a infectologista Paula Korsack.
Realizado por equipe multidisciplinar, o protocolo objetiva adequar e uniformizar o processo de reconhecimento e atendimento aos pacientes com suspeita da patologia.
De acordo com a Global Sepsis Alliance, são registrados entre 47 milhões e 50 milhões de casos de sepse por ano no mundo, o que resulta em, pelo menos, 11 milhões de óbitos.
Os pacientes com maior risco são os prematuros, bebês de até um ano, idosos a partir de 65 anos, pacientes com câncer, HIV ou que se submetem a tratamentos que enfraquecem o sistema de defesa do organismo, doentes crônicos doentes internados usando antibióticos, entre outros.