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sexta-feira, março 29, 2024

A ETERNA FONTE DO AMOR

Todas as noites, ao deitar, rezo, reflito sobre o dia que termina. Costumo dizer que podemos enganar a todos, “mas é impossível mentir para o travesseiro”. Confesso que nem sempre é fácil analisar com isenção o cotidiano. O incorrigível hábito de contestar parece incansável, mesmo quando o sono bate forte. Cá entre nós: é difícil esgrimar argumentos contra nós mesmos, fazer o que?

Além de “bater boca” no escuro do quarto, agradeço por preciosas benesses que recebo sem qualquer merecimento. Saúde, segurança, conforto, amigos e trabalho são celebrados diariamente. São presentes raros. E, por isso, cada vez mais valiosos.

Os filhos constituem bens de valor imensurável. A vida se divide entre antes e depois da chegada destes seres que crescem diante de nossos olhos numa velocidade avassaladora, inacreditável. ”Aproveita enquanto eles são pequenos porque o tempo passa muito rápido!”. Antes de sermos pais e mães, o significado soa como lugar comum, uma frase surrada. O tempo, o senhor da razão, porém, se encarrega de fazer jus à insistência do lembrete. A distância dos filhos gera uma dependência dolorida. Não vê-los ao acordar ou para compartilhar as experiências do cotidiano cria um vazio impossível de preencher em uma mesa de bar, ao celular ou diante da televisão. É uma experiência em que sou estreante.

Até hoje sempre tive um dos rebentos por perto. Ok, a tecnologia ajuda, mas o olho no olho é insubstituível. O toque, o tom de voz, a descoberta de problemas escamoteados pelo whatsapp ou ligação de vídeo. Isso só o contato humano permite.

O mais difícil da função materna/paterna é participar da vida da gurizada sem soar como interferência. Ser um estorvo exige muita sensibilidade no comportamento dos pais. Na tentativa de nos mostrarmos presente, sendo amparo e parceria, podemos soar invasivos aos olhos de nossos filhos.

Sofrer à distância e ansiar por uma mensagem balsâmica do celular são o cotidiano de pais, como eu, que ainda não se acostumaram à posição de coadjuvantes. Afinal para nós aquele pequeno ser, de carinha amassada – mas sempre o mais lindo dos bebês! – é, e será para sempre, a maior fonte de inspiração, alegria, orgulho. E de amor eterno!

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